Cidade referência na Zona da Mata mineira, Juiz de Fora atrai moradores dos municípios vizinhos por conta da qualidade das instituições de ensino - entre elas, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) -, da variedade de serviços e também do comércio. Além dos shoppings, a cidade abriga centenas de lojas no Centro, distribuídas por ruas e muitas galerias que desembocam no Calçadão da Rua Halfeld, um dos principais pontos de encontro dos juizforanos.
Museu de Arte Moderna abriga acervo do poeta Murilo Mendes, com obras de Guignard, Portinari, Picasso e Miró
No quesito história e cultura, o município se orgulha de abrigar importantes construções, como o Museu Mariano Procópio, o mais antigo de Minas. A atração é dividida em três partes: o casarão de 1861; o de 1922 e os jardins. O prédio renascentista foi obra do engenheiro Mariano Procópio - responsável pela ferrovia União-Indústria -, e guarda mobiliário do século 19.
Já o casarão vizinho, erguido em 1922 por Alfredo Ferreira Lage, filho de Procópio, abriga telas de pintores brasileiros e europeus do século 19. Contornando os palacetes, o jardim idealizado pelo francês Auguste Glaziou, que também projetou os jardins do Palácio Imperial de Petrópolis, repleto de espécies nativas brasileiras.
Palco de concorridos espetáculos, o Cine-Theatro Central é um dos mais belos do país, apesar da fachada discreta, em estilo art déco, com linhas sóbrias e retas. Inaugurado em 1929, exibe suntuosa ornamentação interna assinada pelo pintor italiano Ângelo Bigi. Nos desenhos do teto e das paredes, a inspiração na antiguidade clássica traz cenas de ninfas em jardins românticos. Também merecem destaque os medalhões com as efígies de grandes mestres da música - Wagner, Verdi, Beethoven e Carlos Gomes. Os 2.300 lugares dividem-se em platéia, galeria, balcão nobre e camarotes.
Uma das mais recentes atrações da cidade é o Museu de Arte Moderna Murilo Mendes, inaugurado em 2005. O antigo e modernista prédio da reitoria da UFJF reúne o acervo que pertenceu ao poeta e crítico de arte Murilo Mendes, nascido na cidade em 1901. Há exposições temporárias do acervo, que conta com obras feitas entre 1940 e 1960 por artistas como Guignard, Portinari, Picasso e Miró. Estique o passeio até o Espaço Mascarenhas, um centro cultural que funciona em uma antiga fábrica de tecidos.
Nos arredores, o destaque é o Morro do Imperador, cartão-postal da cidade, com vista panorâmica. Também vale visitar a Usina de Marmelos Zero - a primeira usina hidrelétrica da América do Sul. O empreendimento realizado por Bernardo Mascarenhas, importante industrial da cidade, foi inaugurada em 1889. Localizada na antiga rodovia União e Indústria, foi transformada em espaço cultural, com instalações e estilo arquitetônico preservados.
Juiz de Fora é famosa também pela movimentada vida noturna. Os muitos estudantes lotam os bares do bairro Alto dos Passos e as casas noturnas, como Privilege, uma das maiores boates do país; e o Cultural Bar, com intensa programação de shows. Entre os eventos, os mais concorridos são o Miss Brasil Gay, em agosto - além do concurso, há Parada Gay e palestras -, e o Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga, que reúne músicos de diversos países no mês de julho.
Os restaurantes de cozinha internacional e mineira também são belas atrações, como o Berttu´s e a Churarsqueira, ambos com mais de uma casa na cidade. Um boteco, porém, é unanimamidade! O Bar do Bigode, na ativa desde os anos 70, serve o "melhor torresmo do Brasil" - assim dizem os proprietários, o que é confirmado pelos clientes. Por lá, a iguaria é servida de três formas: torresminho (perfeito para acompanhar a cerveja gelada), o de "tira" (mais suculento) e o de "ponta", com menos gordura e mais carne.