Caeté

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Pequenina e repleta de relíquias preservadas do período do Ciclo do Ouro, Caeté faz parte da Estrada Real e de suas histórias. Além de igrejas e museus, guarda ainda belezas naturais como a Serra da Piedade; e tradições, resgatadas através das festas e da culinária.   
Serra da Piedade tem vista panorâmica e ermida com escultura de Nossa Senhora atribuída à Aleijadinho

No centrinho da cidade se destacam as obras arquitetônicas como a suntuosa Matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso, repleta de esculturas barrocas, imagens e peças de ouro e prata. Já a igreja de Nossa Senhora do Rosário, situada no topo de uma colina dentro do Cemitério Secular, é pequenina, mas considerada uma dos maiores tesouros barrocos de Minas. 

A igreja de São Francisco de Assis chama a atenção pela fachada trabalhada nos mínimos detalhes; enquanto a Capela Santa Frutuosa, bastante simples, é aclamada por sua localização privilegiada – no alto de uma montanha, com vista da cidade e da Serra da Piedade.

Quando o assunto é museu, sobressaem os da Pharmácia Ideal, com objetos e utensílios que mostram as mudanças de costume e o progresso ao longo do tempo; e o da Cachaça, que funciona em um sítio e reúne mais de nove mil rótulos. 

No Museu Popular, o acervo é composto por exemplares de arte sacra e do mobiliário brasileiro dos idos de 1700 e 1800. Já na Casa João Pinheiro e Israel Pinheiro, também conhecida como Solar do Tinoco, os destaques são os móveis, documentos e fotos dos ex-governadores João e Israel Pinheiro. 

Uma das principais riquezas de Caeté, porém, está no distrito de Penedia: a Serra da Piedade, que abriga o Santuário Nossa Senhora da Piedade. A 16 quilômetros do centro e cheia de curvas sinuosas, a serra se ergue a uma altitude de 1.783 metros, comportando penhascos, rochedos gigantescos, grutas e vegetação de montanha, descortinando belíssima vista de cinco cidades: Belo Horizonte, Caeté, Lagoa Santa, Raposos e Sabará. 

Lá em cima fica a bonita Ermida da Padroeira, construída em 1797, cartão-postal do santuário e que abriga a imagem de Nossa Senhora da Piedade, padroeira de Minas Gerais. A escultura é atribuída à mestre Aleijadinho. Por lá também se encontra o Cruzeiro - uma obra em ferro fundido que representa Maria, São João e o Cristo crucificado, assinada pelo escultor romeno Vladi Poenaru. A serra abriga também o Observatório Astronômico da UFMG e, juntamente com o santuário, atrai místicos, curiosos e romeiros de várias localidades do mundo. 

O santuário é movimentado o ano todo, porém, em 15 de agosto, quando se comemora o Dia da Padroeira, que a festa é maior, com missas, procissões, música, barraquinhas e queima de fogos. Também é concorrido o Festival Gastronômico Frei Rosário, que acontece nos finais de semana de abril (confira antes, pois a data passou a ser móvel) e traz delícias típicas que eram preparadas pelo religioso. Entre elas, pernil recheado, pão de campanha e pizzas variadas, além de compotas e doces de frutas, receitas exclusivas do frei. 

Já no Distrito de Morro Vermelho, a 13 quilômetros, os destaques são a igreja Nossa Senhora de Nazaré, com bonitas pinturas na nave; a capela do Rosário, erguida pelos negros para seus cultos; e a cachoeira de Santo Antônio, com 50 metros. Para curtir a queda d´água, vale contratar um guia - há trechos em meio à vegetação fechada e rodeados por paredão rochoso. No verão, é um dos atrativos mais procurados da região, reunindo jeepeiros, motoqueiros, aventureiros e famílias. 

O distrito é palco para uma das mais bonitas festas folclóricas da região, a Cavalhada de Nossa Senhora de Nazaré. O evento acontece no dia 7 de setembro e relembra a luta entre Mouros e Cristãos. No dia seguinte, tem missa, procissão com velas, queima de fogos e distribuição de doces!

Perto de Caeté fica um dos mais novos parques nacionais: o Parque Nacional da Serra do Gandarela, criado em 2014. A 40 km da cidade, a reserva tem acesso principal por Rio Acima (a 46  km), onde fica a sede e a entrada principal do parque, que tem ingresso gratuitoA Estrada Real atravessa a área e, no trecho inserido no parque, o visitante pode observar ruínas referentes ao período colonial, além de observação da bacia do ribeirão do Prata. O percurso de 10 km pode ser feito através de trilha de dificuldade média.

A observação de aves é das atrações do Gandarela. O parque abriga 311 espécies de aves registradas – dez delas encontram-se ameaçadas de extinção. Cachoeiras, poços, mirantes também chamam a atenção. Entre os destaques, cachoeira do Índio, com quatro grandes quedas com mais de 200 metros de altura; cachoeira Santo Antônio, com tons azulados contrastantes com os paredões rochosos avermelhados; e mirante da Serra do Gandarela. A reserva pode ser visitada o ano todo e tem acesso ainda pelas cidades de Belo Horizonte, Raposos, Itabirito, Nova Lima, Santa Bárbara, Ouro Preto e Mariana.

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