48 horas na Chapada Diamantina (BA)

Dias de conexão, ecoturismo e muita paz - por Eliza Hossell
13 de Abril de 2017

Cartão-postal descortina paisagem espetacular Cartão-postal descortina paisagem espetacular (foto: João Ramos - Bahiatursa)

O território da Chapada Diamantina abrange uma área de 30.921 km quadrados, sendo composto por 24 municípios. Ou seja, é muito chão, muitos lugares para conhecer, e a certeza de que é um lugar a se retornar. E, por conta de tudo isso, é claro que aqui extrapolamos as 48 horas!

Uma boa opção é montar base na charmosa cidadezinha de Lençóis, com estrutura de hospedagem, restaurantes e agências de passeios. A partir dela, é possível fazer o roteiro ou seguir as dicas que sugiro nas próximas linhas.

Sexta-feira
A viagem de carro de Salvador a Lençóis dura cerca de 5h30. Porém, depara-se com uma estrada melhor do que se imagina, além de um contato constante com a paisagem seca do sertão nordestino. 

Chegando a Lençóis, a igrejinha do Senhor dos Passos dá as boas-vindas. Em seguida, a pedida é jantar e descansar. Afinal, os próximos dias serão de intenso contato com a natureza, exigindo muitas caminhadas.

Sábado
Manhã
A primeira parada é no “Marco Zero”, que representa o centro geográfico da Bahia. O visual de seu entorno é a de tirar o fôlego: o Vale dos Três Irmãos de um lado, o Morro de Pai Inácio de outro, com vista para a Serra dos Brejões, ambos localizados no município de Palmeiras. Foi ali, me deparando com a imensidão vasta de natureza e o silêncio, que entendi o que é o espírito aventureiro.

De lá, a dica é seguir até à gruta da Lapa Doce, no município de Iraquara. É a terceira maior gruta do Brasil, com 17km, mas somente 850 metros estão abertos para visita. Antes de começar a exploração da gruta, observa-se muita palma, um cacto típico da região, que certamente fará parte do cardápio da viagem. Vale experimentar! 

O passeio é incrível -  com quase 1km de extensão, é ampla, com esculturas formadas pelas estalactites e estalagmites durante milhares de anos. Um passeio guiado, com lanternas, que quando apagadas não dão sensação de medo, muito pelo contrário, é apenas silêncio, ar puro, mente leve, energia boa vinda da natureza… 

Tarde
O passeio agora leva à gruta da Pratinha, em uma fazenda também em Iraquara. Um lugar incrível, com água cristalina para mergulhar de snorkel, tirar fotos, fazer tirolesa ou apenas admirar todo o visual, que é fascinante.
 
Pensa que acabou? O fim de tarde tem endereço certo na Chapada: o Morro do Pai Inácio. Para chegar ao topo é preciso encarar uma subida íngreme de 300 metros. A mais de mil metros de altitude, descortina um visual deslumbrante da região, de tirar o fôlego que sobra da trilha!

Domingo
Manhã
Prepare-se para ficar de queixo caído no Poço Azul, no município de Redenção. Uma gruta com água azul turquesa, transparente, que dá para ver o fundo com uma nitidez surpreendente. A fazendo onde fica o poço é um distante de Lençóis. 

A dica é chegar cedo para ser um dos primeiros grupos a descer - os grupos são pequenos e ficam 15 minutos lá embaixo. Perde-se cerca de meia hora para chegar à gruta, colocar coletes, mergulhar e retornar. Ou seja, para não perder parte do dia na fila, vá cedinho!

A próxima parada é Mucugê, uma cidade típica de interior com seu coreto, igreja e pequeno comércio, com uma particularidade - um cemitério bizantino. Parece cenário de novela, com um povo simples, gentil e educado. Uma vontade de ficar mais tempo e vivenciar mais do dia a dia da pacata cidade, tão diferente da agitação de uma metrópole…

Tarde
E dá-lhe estrada novamente, agora rumo à Xique Xique de Igatu, tão surpreendente quanto Mucugê. Uma cidade mínima, com menos de 500 habitantes, numa área onde houve muita exploração de diamante, a terra do garimpo. Um lugar isolado, também com uma igreja e cemitério bizantino. 

Por lá, no meio do nada, fica a galeria Arte & Memória, expondo obras feitas com restos de madeiras abandonadas desde a época do garimpo, que restauradas deram formato ao olhar do artista.

Segunda
Para despedir da Chapada, nada como banhos revigorantes banho em Mucugêzinho e Poço do Diabo, nos arredores de Lençóis, esticando até o Salão de Areias Coloridas, com várias tonalidades diferentes de areia. 

Impossível não deixar Lençóis com a alma recarregada. E com o sentimento de alegria e a certeza de que a Chapada Diamantina é um destino que vale a pena voltar. É um dos lugares mais deslumbrantes de ecoturismo desse nosso Brasil!

Fotos
Eliza Hossell (Lapa Doce e Salão das Areias Coloridas)
Liao Experience (Poço Azul e Pratinha)
Gracie Croce (Galeria Arte & Memória)
João Ramos / Bahiatursa (Pai Inácio)
Tatiana Azeviche / Bahiatursa (Cemitério Bizantino, Picadinho de palma e Mucugê)

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Eliza Hossell

Foi escoteira por muitos anos e adorava acampar e os desafios de cada viagem. E o gosto por aventuras permaneceu desde essa época. Adora fotos, contato com a natureza, viajar, conhecer pessoas, novas culturas e tradições. E para distrair a mente escreve poesias. Nos tempos de escola foi aluna de Liniana Liao, a responsável pelos dias inesquecíveis na Chapada Diamantina

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